Eutanásia de cão após mordida: como evitar desfechos trágicos e erros que afetam o bem-estar do animal e da família

  • 17/05/2025
(Foto: Reprodução)
Especialistas defendem a socialização do cão, o estabelecimento de uma comunicação eficiente com o animal e saber identificar possíveis sinais de dor e desconforto, que podem se tornar gatilhos. Cão Jacke foi sacrificado por funcionários do Secretaria Municipal de Proteção e Bem-Estar Animal de Ji-Paraná. Reprodução O caso do chow-chow Jacke — submetido à eutanásia após morder o rosto da tutora, em Rondônia — trouxe à tona uma pergunta difícil: o que fazer para manter a boa convivência com um cachorro e evitar desfechos extremos como esse? Especialistas ouvidos pelo g1 são unânimes ao afirmar que episódios de agressividade não surgem do nada. Eles estão, muitas vezes, ligados a fatores evitáveis. Valorizar a socialização do cão, saber identificar os primeiros sinais de agressividade, investigar um possível foco de dor e permitir que o cão tenha hábitos caninos diários, como farejar, caminhar e ter contato com outros cães. Esses são os cuidados básicos que os donos de cachorros devem ter para não transformar a boa convivência em dor de cabeça e até em isolamento social em alguns casos. A seguir, veja as principais orientações para garantir uma convivência segura e saudável com seu cão — protegendo a saúde mental da família e o bem-estar do animal. Siga o canal do g1 Bem-Estar no WhatsApp Mulher é mordida no rosto e tem o lábio arrancado por cão de estimação em Rondônia 1. Socialização não é luxo, é necessidade A veterinária comportamental e adestradora Marcela Barbieri afirma que, para o cachorro ser saudável e equilibrado, ele precisa ser cachorro. Isso inclui passeios diários, liberdade para farejar e interagir com outros cães. “Não vejo nenhum problema em usar a expressão ‘mãe de pet’, contanto que você encare que ele é um filho canino. É cão, é cachorro. Ele precisa ter atividades caninas. Isso é fundamental para o cão ser saudável, sociável e equilibrado. Isso envolve passeios diários, farejar e trocar sinais com outros cães” A socialização deve começar cedo — idealmente nos primeiros 18 meses de vida. Mesmo antes da vacinação completa (antes dos 4 meses), é possível expor o filhote ao mundo com cuidados extras.Por isso, Barbiere não condena totalmente o uso de carrinho para cachorro, por exemplo. O acessório pode ser útil em casos de animais com problemas de locomoção ou quando o filhote não tomou todas as vacinas. “É melhor que, nesses casos, o cão saia num carrinho de casa do que não saia, por exemplo. Mas eu acho muito equívoco usar o carrinho num cão saudável, que poderia estar passeando, cheirando, farejando, só para que ele não se suje”, afirma. 2. Treinar é cuidar — não punir A adestradora comportamental Daniela Prado reforça que a maioria dos ataques é consequência de uma comunicação falha entre cão e tutor. “O treinamento ensina uma linguagem comum e cria regras claras do que pode ou não pode. Isso dá segurança para o animal e para a família.” Segundo ela, são necessárias cerca de seis semanas de treino para o cachorro entender os comandos básicos — e mais seis para consolidar o hábito de obedecer. O ideal é que o adestramento seja mantido ao longo da vida. “Assim como aprender a ler, o treinamento é uma prática para a vida toda, e quanto mais o tempo passa, melhor o cachorro fica. Para a fase inicial, quando o cão tem que aprender essa nova linguagem, são necessárias em torno de seis semanas de treino. Depois, para que ele entenda que deve obedecer sempre, e crie a rotina de esperar as instruções do dono antes de agir, mais umas seis semanas”, explica Prado. Animais que são adotados já na fase adulta também podem passar por adestramento e socialização com o novo dono, com bons resultados. Mas os tutores precisam entender que será exigida uma energia nesse processo, que pode durar meses. O que fazer para manter os benefícios da boa convivência com seu cachorro? Adobe Stock “O cão não é uma pelúcia que a gente compra no impulso. Toda família precisa estar de acordo na recepção do cachorro e entender a responsabilidade que ele vai demandar. Que ele precisa de uma boa alimentação, uma boa rotina”, defende a veterinária. Os especialistas explicam que a noção da necessidade de se adestrar o cachorro ainda não é muito popular no Brasil. Muita gente não vê importância nisso, considera uma "maldade" e não acredita no quanto é melhor para o cão ser treinado do que não ser. 3. Mudança de comportamento? Pode ser dor Se um cão dócil começa a rosnar, morder ou evitar contato, o primeiro passo deve ser investigar a saúde física. “A dor é um gatilho muito comum para comportamentos agressivos”, explica Barbieri. Nesses casos, a prioridade deve ser levar o animal ao veterinário, com avaliação clínica e, se necessário, o início de um tratamento. Só depois disso o adestramento ou reabilitação comportamental deve ser considerado. 4. Raça não define tudo Embora certas raças tenham traços comuns, como energia mais alta ou menor sociabilidade, não se pode prever o comportamento de um cão só pela aparência. É por isso que os especialistas reforçam: todos os cães, de todas as raças, precisam dos mesmos pilares — socialização, rotina adequada, estímulo mental e vínculo com o tutor. 5. Sinais de alerta antes do ataque Segundo Barbieri, os cães raramente atacam sem avisar. Veja alguns sinais que podem indicar estresse ou desconforto: Rabo mais rígido e com movimento lateralizado Lambedura dos beiços Exposição do branco dos olhos Bocejos repetidos Pelos arrepiados Cabeça abaixada Piscar lento Ignorar esses sinais pode aumentar o risco de episódios agressivos. 6. Quando o cuidado com o cão é também cuidado com o tutor Uma convivência bem orientada faz bem para os dois lados da coleira. Casos de depressão, ansiedade e isolamento entre humanos podem melhorar com a presença ativa de um cão bem treinado. “Vi idosos que voltaram a caminhar, crianças atípicas que passaram a se comunicar melhor, pessoas com pânico que encontraram alívio”, diz Barbieri. Mas as especialistas alertam: isso só acontece quando o cachorro não é tratado como objeto de estimação, e sim como um ser vivo com necessidades próprias. LEIA TAMBÉM: Beijo do doguinho? Entenda qual o risco de contaminação ao ser lambido por um cachorro Cannabis medicinal para cães e gatos é buscada por tutores mesmo com os riscos da ilegalidade no Brasil Cachorros conhecidos por ataques em Maricá passam por adestramento

FONTE: https://g1.globo.com/saude/bem-estar/noticia/2025/05/17/eutanasia-de-cao-apos-mordida-como-evitar-desfechos-tragicos-e-erros-que-afetam-o-bem-estar-do-animal-e-da-familia.ghtml


#Compartilhe

Aplicativos


Locutor no Ar

Peça Sua Música

Top 5

top1
1. PRIMEIROS ERROS

CAPITAL INICIAL

top2
2. TEATRO DOS VAMPIROS

LEGIÃO URBANA

top3
3. DIAS DE LUTA, DIAS DE GLÓRIA

CHARLIE BROW Jr.

top4
4. REFRÃO DE BOLERO

ENGENHEIROS DO HAWAI

top5
5. ME ADORA(SOU FHODA)

PITTY

Anunciantes